Brasil celebra Dia da Consciência Negra

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Deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e a diretora de Mulheres do Sintracom-BA, Sônia Maria (centro), com lideranças da UBM e Unegro

A presidenta da FLEMACON, Lúcia Maia, saúda o povo brasileiro pelo Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. E convoca todos e todas a refletirem e ampliar os debates sobre racismo, discriminação, igualdade, justiça social, inclusão de negros e negras na sociedade e a cultura afro-brasileira.

O Brasil é o país com maior número de negros e afrodescendentes, fora da África.

Em Salvador, Bahia, a celebração do Dia da Consciência Negra começou cedo. Às 8 horas, a União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro) promoveu a 15ª Lavagem da Estátua de Zumbi dos Palmares, na Praça da Sé.

Teve a participação da CTB, SINTRACOM-BA, FETRACOM-BASE, FLEMACON e dirigentes de diversas entidades classistas.

À tarde, a Coordenação de Entidades Negras (Conen) promoveu a 44ª Marcha Zumbi e Dandara dos Palmares, saindo da Praça do Campo Grande, às 14 horas.

No mesmo horário, aconteceu a 20ª Caminhada da Liberdade, inciativa do Fórum de Entidades Negras, com concentração em frente à Senzala do Barro Preto, no Curuzu.

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil desde 1979, por iniciativa do movimento negro, que começou a ocupar as ruas com a realização da Marcha da Consciência Negra, na Bahia.

A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista, que lutou para defender seus irmãos, africanos escravizados que conseguiam fugir da escravidão.

Com o fim da ditadura militar e a redemocratização do país, com a promulgação da Constituição Federal, em 1988, os movimentos populares ampliaram as lutas por direitos sociais e trabalhistas, pelo empoderamento e por medidas de reparação histórica.

Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que sancionou a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, determinando a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. E estabeleceu que as escolas iriam comemorar a consciência negra.

“Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”

No governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, através da Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, a data foi oficializada e criado o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, sem obrigatoriedade de que fosse feriado.

Quem foi Zumbi dos Palmares

Filho de africanos escravizados, Zumbi dos Palmares nasceu no Quilombo dos Palmares, foi educado por um sacerdote e depois retornou. Foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, no atual estado de Alagoas, no período colonial.

Lutou para que o quilombo não fosse destruído pelos colonizadores que consideravam um perigo aquela reunião de negros libertos.

Em 1695, com 40 anos, Zumbi foi assassinado pelo capitão Furtado de Mendonça, a mando de Domingos Jorge Velho. Foi decapitado e sua cabeça levada para Recife onde ficou exposta em praça pública.